segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O mágico

De mim o que trará em sua capa
enigmática o mágico? De mim
o que haverá em sua urna aguda
e bem guardada? O que se mudará

de mim para o fundo falso e fundo
de seus olhos sem que eu perceba
nem queira dar por isso? Depois
do espanto, depois do óbvio

sob o fingimento das mangas e de
quantas ciências ocultas em suas
mãos abertas (hora de ir embora)
o que seremos? O que serei de

mim quando sair de cena o mágico?
Que restará do encanto? Há de ficar
comigo a música de agora? Algum
espinho? Um ás? O espanto? 

Eucanaã Ferraz
http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-13/poesia/poesia

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