Geralmente quando eu ando de ônibus eu sinto um certo enjôo, e por isso sempre evito aquelas cadeiras que ficam de costas para a frente do ônibus (que me dao ainda mais enjôo). Mas hoje o ônibus que vem pra faculdade estava cheio e a única cadeira vaga era essa, em que você viaja de costas. E, sem opçao, sentei nela.
Foi muito surpreendente porque comecei a pensar que realmente viajar de costas é ver as coisas como realmente a gente vê na vida. Nossa travessia pela vida e pelo mundo nao é vivida como quando caminhamos ou viajamos olhando pro nosso destino, olhando pro que virá, pro horizonte e pras partes da estrada que ainda estao por chegar.
Ao menos eu sinto agora que na verdade vivemos como o viajante no trem ou no ônibus que está sentado nessa cadeira de costas: só podemos ver o que acaba de passar, e nossas experiências sao como essas árvores afastando-se enquanto percorremos a estrada. E é completamente diferente cruzar a estrada vendo aproximar-se a árvore que você via ao longe ou vendo a cada instante alguma coisa nova e imprevista cruzar o caminho e ir embora... Totalmente diferente. E realmente tenho vivido como hoje de manha, naquela cadeira. O tempo todo o presente me surpreende, nao tenho idéia do que está vindo, só posso ver o que está acontecendo no exato agora e que vai passando, indo embora, enquanto avanço pela estrada sem ter a mínima idéia de pra onde estou indo, quais destinos seriam possíveis, qual o meu... e, enfim, onde e como essa estrada vai acabar.
(Queria também pôr aqui as fotos da vista do meu novo quarto, que fica num lugar muito legal da cidade, do lado da estaçao de trens Atocha e do Museu Reina Sofia... mas minha câmera está meio estranha, e nao consegui tirar a foto... vamos ter que esperar um tempo mais pra eu poder pôr mais fotos aqui)
Um comentário:
faltou vc no interrr
hahahhaha
beijos e medite por mim na india!
amor,
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