Aqui vai um trecho do discurso de formatura que dissemos eu e a Camis, na colação da turma 2003-2007 da Psicologia, USP:
(...) E isso que fica de tudo o que vivemos está encarnado em nós, é essa dimensão tão pequena que não cabe na pretensiosa enormidade das abstrações.
São as profundas transformações dessas pessoas que escolheram continuar, depois de perder as certezas todas, atravessando um rio sem margens visíveis, tendo somente a si mesmas e as diferentes presenças dos outros navegantes, na turbulência de suas próprias águas.
Num mundo que nos obriga a esquecer o que nos faz humanos, são esses encontros com os outros, tantas vezes tão difíceis, que nos permitem redescobrir quão além estamos dos mecanismos e fórmulas aos quais usualmente somos reduzidos hoje.
São, enfim, também esses encontros que nos permitem descobrir que psicologia, mais do que ciência e profissão, é uma morada coletiva, uma casa que construímos juntos continuamente, pra abrigar medos, sonhos, saudades.
Saudade é, quem sabe, o que mais fica. Saudade dum tempo em que nos descobrimos juntos, em que as perdas nunca eram tão grandes, em que por tantas vezes era permitido não saber e ter o tamanho de humanos, em que simplicidade ainda não era palavra de luxo. Saudade de a vida ser essa enorme promessa e o mundo parecer estar nascendo agora.
(Amo demais... saudades já, demais)
Um comentário:
Lindo Pedro! Fiquei muito emocionada com as palavras, com os abraços, com as lágrimas, com a sorte que tive de, distraida, te encontrar. Te amo. Beijo grande e obrigada!
Postar um comentário